31 janeiro, 2012
Dias
O impossível de nós foi acontecendo aos poucos, você era um aspirante a ser minha felicidade e em cada toque sabia que você era o cara diferente, especial da minha vida. Nunca pensei que teríamos um tempo juntos, o começo de algo que hoje traz saudade pra todas minhas lembranças com você. Aconteceu tudo tão bonito, tão mágico. Sentia que você era o ponto de partida para todo amor que sempre quis.
É difícil dizer o que será de mim ou o que será de você, a única coisa certa é que o nós ainda vive em mim. Não consigo aceitar em saber que o nosso presente nunca será um futuro, depois de ter lutado tanto para te ter simplesmente me deixou aqui com todo o amor, todos os sonhos e sorrisos. Não sei se você voltará para mim, ou se ainda sabe o caminho dos meus braços, no entanto a espera por ti é certeza em cada dia.
Perceber que seu passado te faz companhia agora, que outro alguém ocupa teus braços é o que me dói. Para eu deixar de te amar eu preciso primeiro me esquecer. E nessa angustia de um talvez ao seu lado eu vou levando o tempo pra dentro de mim. Sei que tudo pode mudar e isso me traz a esperança de te ter pra sempre perto. Te encontro em cada suspiro de meu coração, sua presença é meu dia.
*Encomendado por Karla K.
26 janeiro, 2012
Não sei sambar
O sorriso que antes era par é apenas fotografia de um álbum sem lugar, me guardei em segredo por não saber amar. É assim que a gente funciona, quando decide que quer não sabe por onde começar. Não há como passar todas as noites em uma mesa de bar, minha vida é feriado demais.
Toda lembrança me dá trabalho, bondade não é esforço, no entanto tento me tornar alguém melhor para mim. Antes mesmo de qualquer inicio já me preocupo com o fim, são apostas que faço do que sobrará para eu julgar em meus próximos dias.
O vazio não é tão vazio assim, apesar de ser tão imenso cabe em mim.
20 janeiro, 2012
Esboço
Desenho seu sorriso em minha mente e fico te contemplando por pensamentos, as coincidências deixam um gosto de talvez juntos. Sinto até na minha solidão a sua presença. Não quero ser esquecido como um compromisso sem interesse, não quero fazer parte de sua vida pelas bordas, te espero por inteiro para ocupar um coração que já é seu.
Te conheço porque sei, porque sinto. Dividimos detalhes que já não cabe em uma carta, pois é do teu tato que minha poesia precisa. Saudade nunca foi uma opção, sempre te quis por perto, sempre te espero para um encontro ao acaso. Decoro teus passos pra tentar unir com os meus, como se para a vida ser bela eu só necessitasse de sua mão na minha sem tréguas.
Se eu penso em você agora é porque quero um abraço, as minhas alegrias se atrasam porque tentam te trazer junto. Acho que talvez possa me enganar com muitas coisas, um dia ou outro posso me confundir com o que sinto, mas aí vem o coração com o lembrete de nós.
Não quero te perder mesmo não te tendo, não quero ver você dividindo nossos dias com alguém que não seja eu. E todo tipo de lembrança é um pouco de você, minhas verdade são hábitos que nós dividimos. Me reconheço porque te quero, sou eu porque é você.
Você sabe o jeito de fazer meus dramas se tornarem comédia, aquele som com gosto de riso e um pra sempre que pode durar até segunda. O pior de tudo é não te ver comigo, é se importar com o tempo que perco sem ti. Sou um exagerado, busco nesse amor inventado te fazer realidade pra mim.
*Encomendado por G. R.
15 janeiro, 2012
Tropeços
Meu arrependimento me torna murcha, como se somente você pudesse me fazer florir novamente. Não peço que aceite todas essas minhas desculpas, mas somente aceite que eu errei e quero consertar isso. Não quero um recomeço, pois não me basta continuar de onde paramos.
Continuo me doendo, já me conformei que a saudade não é suficiente pra trazer seu abraço de volta. Todos meus tropeços só fizeram com que você seguisse sem mim. Nem a madrugada me conforta, sempre que acordo e percebo que quando te encontrar minha boca não poderá cruzar com a sua, que nem nossas risadas serão pares, que nem nada do que éramos antes é você agora.
11 janeiro, 2012
A quinta estação
Tento achar em mim um lugar para o mundo, não sei obedecer ao relógio e não faço sala para as expectativas. Andam me dizendo que eu preciso ir mais rápido, que essa lerdeza emocional não me fará encontrar alguém disposto a me dar flores. Tudo bem, sou alérgica.
Peguei o trem na estação das dores* sem pensar duas vezes, não tinha muito nos bolsos, - será que dá para pagar com lágrimas?- no entanto, minha ida estava garantida. Voltar é um verbo que não me preocupa agora. Só não abro mão de me sentar na janela, senhor.
Sei que vão sentir minha falta, mas sempre me procuram no lugar errado. Esconder-me é fácil demais, vivo assim há 20 anos. Sou esconderijo para tudo que sinto.
O segundo vagão estava quase cheio, tento deixar meus olhos discretos, a falta de tamanho em minhas pernas foi compensada pelo tamanho do meu olhar. Vejo grande, pra ver bonito.
- Esse lugar está vago, senhorita? – O homem aparentemente sem graça tinha cheiro de poeta, não que eu já tenha conhecido um poeta, mas já li muito. É quase a mesma coisa.
A viagem poderia ser longa, companhia conserta o tempo.
- Está sim, sente aqui comigo. – Completei em pensamentos: Em ambos os sentidos.
* Apelido pessoal, porque aquele chão engolia choros que não o pertenciam. Despedidas são pedidos para ficar.
— Rascunho de Paisagem.