29 fevereiro, 2008

Vanguart - Mallu Magalhães

Composição: Mallu Magalhães


Ah, se eu fizesse tudo que eu sonho.
Se eu não fosse assim tão tristonho
Não seria assim tão normal

Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis,
Se eu fosse um pouco mais feliz
Levantasse o meu astral

7 dias vão e eu nem fui ver
7 dias tão fáceis de se envolver

Ah, se eu tivesse fotografado
Se eu tivesse integrado
Num mundo sobrenatural

Ah, eu seguiria o realejo
Desenharia o que eu vejo
No meu cereal

30 dias do mês que ficou pra trás
E eu só mais um desses meros tão mortais

Ah, se eu fizesse alguma diferença
Se eu curasse uma doença
Com uma força genial

Ah, eu cantaria pra fazer sorriso
Eu perderia o meu juízo
Só pra ser especial

7 dias vão e eu nem fui ver
São 7 dias tão fáceis de se envolver

30 dias do mês que ficou pra trás
E eu sou só mais um desses meros tão mortais

Ah, se eu fizesse tudo que eu sonho.
Se eu não fosse assim tão tristonho
Não seria assim tão normal

Ah, se eu fizesse o que eu sempre quis,
Se eu fosse um pouco mais feliz
Se eu levantasse o meu astral.

26 fevereiro, 2008

Suspiro

Não se afobe, hoje senti vontade de mastigar meus pensamentos e escrever aqui, acordei meio ‘manteiga derretida’, estou vendo o amor aonde não existe – desista se você apostou que estou apaixonada, errou feio, passe tudo pra cá -, apenas acordei com vontade de ser mortal, desenhar o que eu vejo e usar as cores e sentimentos.

Nossa! Não estou me reconhecendo.

Posso ser paranóica, mas não sou um andróide – eu gostaria de ser o vento que acaricia o mar e chamado das montanhas, os raios do luar e tudo que possa voar – meu Deus, chame um médico, preciso de uma camisa de forças.

Estou cansada de só ouvir, quero sentir também – tenho pouco tempo, acredite, pouco resta de mim -, o que eu sinto eu não ajo, o que ajo não penso, o que penso não sinto.

Solidão. Não me entendo e ajo como se me entendesse. O amor. Não preciso viver dele, não preciso dele pra viver. Não seja tão altruísta, isso não existe.

Estou em busca de minha essência, um silogismo completo, a premissa antes da conseqüência, a conseqüência antes da conclusão. Suspiro.

Juro que vou tentar não adormecer durante minhas orações – dedos cruzados e um bocejo atrevido.

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas. E faz frio em pleno fevereiro, e eu acordei enxergando amor no invisível e me senti abarrotada de êxtase. Tudo é tão lindo, será que chegarei até amanhã?

Quero que alguém invada a minha vida. Pode ser da pior forma.

Pra que tudo isso?

É que recebi um sorriso, estava vagando pela rua – as calçadas são minhas cúmplices de fugas fracassadas -, uma bola chegou até mim. Constatações. De trás de um muro pintado de epifitas surgiu ele: Não chegava em minha cintura, olhos apreensivos de um verde intenso, mãos pequenas e unhas sujas, cabelo mal cortado – provavelmente ele não parou quieto na cadeira do barbeiro -, chinelos havaianas, joelhos ralos e um aroma de leite quente e chocolate. Ele era o dono da bola.

Não sei como ele percebeu o trajeto que minhas lágrimas tinham feito em minha face instante antes, eu me senti constrangida - hei, ele é só uma criança, você consegue lidar com isso. Não me olhe assim.

Claro, a bola. Devolva pra ele e tudo esta acabado, você volta pra sua vida – alias, nem por um minuto se quer me desviei do livro arbitro – Engano.

Estendi as mãos e alcancei a bola pra ele. Pronto, agora pare de me olhar e me deixe em paz – ele no máximo tem 6 anos -, ele continua a me encarar e ele sorri.

Deixe-o para atrás, está tudo sobre controle. Continue andando, direito esquerdo, respire.

Ele esta vindo, posso sentir – juro que não é mania de perseguição -, a voz. Ele me chamou. Espere. Não eu não espero. Pode ser importante.

Virei e ele estava ali, parecia ter corrido, o sorriso continuava no seu rostinho.

O que você esta fazendo?

Isso se chama abraço, Luara. Um abraço.

Sua mãe não te ensinou a nunca abraçar estranhos? – tudo bem que eu não tenho cara de perigosa nem nada, mas eu sou má. Consumado.

Não sei bem o que foi isso, mais um teste provavelmente. O que Ele espera de mim? Não preciso provar nada a ninguém, eu fechei os olhos e o abracei. Arthur me agradeceu por ter pegado a bola dele á tempo de ir para o meio da rua, eu consegui sorri.

Sou grata por ele ter salvado meu dia. Resta-me atravessar a rua e voltar para casa.

Um ato, eu estou numa guerra.


Só sei que a gente inventa o amor e dor e tudo que nos satisfaz.

25 fevereiro, 2008

Carpe Diem


Sou emocionalmente instável, mas quem se importa?

Minha variação de humor é o cardápio para meus atos – comportamento abominável, diga-se de passagem.

Eu até vivo o momento, aproveito e me faz bem. Mas, não me contento. Eu não faço mal a ninguém.

Hoje por exemplo meu quadro emocional obteve uma flexibilidade atormentadora – estou quase cedendo às chantagens de minha mãe, acho que acabarei em quatro paredes, olhando pro teto e sendo observada por outra pessoa que com certeza nunca irá saber quem eu sou, alias, só irão saber no dia que eu me trancar na caixa de pandora e aqui não mais existir – blefe.

E então, depois de um silêncio incomodo eu posso afirmar que perfeição de mais me agita os nervos.

Mas, acho que o fato de ter sido recentemente obrigada a me resgatar de um pesadelo no meio da noite – não era um pesadelo qualquer alguém está me testando, eu sei que está -, digamos que facilita a minha variação de humor.

E acordar no domingo de manhã aos berros é algo que estraga o resto do meu dia, e tudo por uma lata de azeite.

Pensei que passaria o resto do dia, ou melhor, mais um dia escutando músicas de fossa e me lamentando por falta de oportunidades – eu evito acidentes, eu tenho medo do propósito -, ficar andando pela casa sem rumo, me de parar com eu, eu mesma e mim de forma tão violenta em meus pensamentos só me faz ficar mais tonta, preciso de uma cadeira.

Da resposta que você obtém, dá a resposta que você deveria ter obtido – lógico de mais -, me resta permanecer calada em meio de minhas falas, relaxa, são só palavras.

Desliguei o computador e a música, deitei na cama. O dia foi bonito, o céu andava e as nuvens o seguiam, o vento estava querendo brincar, mas meu cabelo estava amarrado em uma trança. Prometi a mim mesma que não seriam mais produzidos pensamentos, eu precisava dormir.

Acordei um pouco antes do sol se despedir, parecia que estava melhor, meu humor mudado. Sair de casa e ver gente me faria bem, precisava rir.

A noite derramou boa, não tinha me arrependido de ter saído de casa. Meu humor estava salvo. Procurava a lua e cruzei as pernas. Evitava olhar pros lados, nada podia me fazer perder o foco, afinal, estamos falando da minha estabilidade emocional.

Ilusão.

Estou cansada da rotina de me ser, quando vou aprender?
O acontecido deveria ter acontecido. Conforme-se.
Não vou ser notada, barreiras. Eu não posso mudar nada.
Você já se sentiu impotente, de mãos amarradas?
Dizem por aí que eu sou a pessoa que acredita que tudo é imortal, e é só isso que dizem.

Dê-me licença, preciso de meu travesseiro. Já eu digo que gosto de ser a consciência dos outros, e que agora vou resolver meus problemas para evitar a fadiga – tentar me ocupar e não lembrar. - Vou resolvê-los, mas amanhã e, por favor, me deixe dormir e babar.

Lifehouse- you and me / e a fossa volta para meu paralelo estar.

22 fevereiro, 2008

Tutti frutti


Como era mais fácil quando eu era capaz de brincar com os anjos – sinto falta dos meus 8 e poucos anos...

Agora me apoio sobre minha janela e me debruço sobre meus erros extravagantes e comuns. Eu me encaro no espelho, eu cresci – e ninguém me perguntou se era isso que eu queria. Eu não quero amadurecer, não quero aprender, não quero envelhecer e não quero me esquecer das coreografias de Sandy & Jr ou da Xuxa.

Eu não caibo mais no colo dos meus pais e o mertiolato já não cura todas as minhas feridas – não vai ficar tudo bem, a temperatura está mudando.

E a cada dia que morre eu cresço mais, meu corpo se transforma e minha cabeça entra em colapso – as vezes parece que a Sapucaí toda se encontra dentro dela.

Tento ver o lado bom – afinal, sempre tem. Em minha opinião existem três lados: o bom, o ruim e o muito ruim -, enfim logo terei minha liberdade terei uma carteira de motorista. Satisfação. E o pior de nossos problemas é que ninguém tem nada a ver com isso.

Vou abrir a porta da frente, evitar a foto sobre a mesa, e ninguém aqui vai notar
que eu jamais serei a mesma.

Pintar as unhas de vermelho pra disfarçar a vontade de brincar – agora eu sou uma moçinha, se comporte como uma.

O salto me impedira de subir em árvores, então, vou apenas beijá-las.

Como era bom se lambuzar de barro e brincar de salvar o mundo, as lições de casa era fazer um desenho – cores -, eu apontava os lápis e desenhava um sol e bonequinhos de palito – sim, esse mesmo -, mas não era bonequinhos de palito comuns eu desenha coração neles.

Tomar Coca-Cola e comer Trakinas era um manjar, eu não me preocupava se iria entrar naquela calça no dia seguinte, eu não precisava agradar e nem surpreender ninguém. Eu era uma criança. Eu não ficava com dó ou de consciência pesada por ter dito alguma verdade – verdades, como elas me atraem -, crianças são sempre tão transparentes. Ganhava goma de mascar, era uma diversão, eu me sentia grande. Era a única de sete crianças –eu tinha uma gang, pode acreditar -, que sabia como fazer bolinha de chiclete, e quando não conseguia só me restava grudar a borracha sem gosto no cabelo de algum infeliz.

Eu estou em branco, não posso ler minha mente, eu sou indefinida. Estou apenas começando, a caneta está em minha mão, terminando o não planejado.

Eu estou crescendo, mais um dia morreu – amanhã ele nasce não precisa ofegar sua respiração.


Vou ir pagar a conta de luz, mas antes vou passar em algum mercado qualquer e comprar um chiclete de tutti fruti - reze para você não cruzar o meu caminho ou pode acabar com um cadaver de chiclete e saliva no cabelo.

19 fevereiro, 2008

Conto de farsas.

Era uma vez – não, ficou muito clichê, aborte esse começo -, existia alguém.

Um alguém que vivia de coração, que vivia de alma, que vivia das pessoas.

Ela existia, mas, o mundo se tornou bem menos inocente – cretino e ordinário -, só restou a ela sentar de costas e enxergar o que ela conseguisse ver.

Hoje você deu azar, não estou disposta a escrever para você. Vou despejar algumas palavras e vírgulas para tentar aliviar algo que ta incomodando, não, doendo.

Quais são as palavras que nunca são ditas?

Sinto-me desesperada quando olho ao meu redor e não encontro nada, mas eu já deveria estar acostumada, pra que tanto drama? A solidão já esta tatuada em mim – e eu nem senti dor, nem percebi, ela se tornou parte de mim.

As farsas que tento compor e recitar me tornam miseravel. A internet acaba por disfarçar as pessoas e confundir os sentimentos - talvez o que eu quero nem passe na cabeça do ser.

Principes não existem, eu não sou uma princesa e as bruxas que me rodeiam não sabem voar. Eu queria ter um castelo, queria saber nadar.

Já deixei de crer no amor - lastimavel e absurdo -, mas, sou exigente, quero um amor que tenha um cavalo branco e que saiba me fazer sorrir - perda de tempo.

Eu estou aprendendo que não posso escolher o que eu sinto, mas, posso escolher o que fazer a respeito – e estou vendo que não sou boa nisso.

Na verdade a solidão só esta me pinicando agora porque quem eu gostaria que estivesse aqui, não está. Distância, sempre ela. Maldita!

E uso a risada pra esconder os fatos, não quero ser descoberta.

Mas, o ciúme me entrega, a quem eu quero enganar? – Quem eu puder, ora.

Doe um pouquinho ali, naquele lugar, e meu estomago continua vazio e nada que eu engula consegue aliviar.

Tento afastar-me ao máximo da maldita linha que insiste em me mostrar o fim.

Preciso fugir daqui pra ser feliz para sempre.

Fim.

16 fevereiro, 2008

Fatia.

A mesma coisa. Sempre é a mesma coisa.

Dizem que me pareço com minha mãe, que tenho a personalidade do meu pai, que tenho as mãos da minha tia, que tenho a mesma forma de sentar do meu primo de terceiro grau, que tenho a letra parecida com da minha outra tia, que pra alguns lembro a Nora Jonhs, alguns me disseram que eu tenho a boca da Angelina Joeli, que eu lembro uma amiga do sicrano, que me pareço com a vizinha do beltrano.
Francamente.

Mas, afinal de contas eu não posso ser só a Luara?

É. Não quero que o DNA seja desculpa para comparações – tudo bem que tenho em mim mais dos meus pais do que imagino -, mas as minhas mãos são minhas, minha letra é minha, minha boca é minha. Simples, eu gosto de autenticidade . Não sou igual a ninguém e não gosto de comparações. Qual a dificuldade de entender isso?

Enquanto ando pelas ruas tento observar as pessoas – apesar de repugná-las, elas são meu mais divertido desaforo.

Até gêmeos idênticos tem suas particularidades – e pode acreditar em mim, não adianta o tamanho do esforço da mãe de vesti-los com a mesma roupa e cortar seus cabelos iguais. O que tem dentro deles faz a diferença, é diferente. Amém.

Nem mesmo se eu fosse-me clonar – foi só uma idéia passageira. Mas, não seria nada mal deixar a louça e os deveres de álgebra pra ‘Luara II’-, então, nem assim a clonagem seria meu xérox.

Nada no mundo é igual, nada. Cada grão de areia é diferente, cada semente de girassol é diferente – e eu agradeço todo dia por isso.

Eu tenho uma fatia de arrogância, outra de desprezo, a fatia da indiferença está aumentando, a fatia da solidariedade e da justiça também faz parte de minhas células, não posso esquecer a fatia da poesia ou a fatia da sinceridade. Tenho vários pedaços, alguns podem lembrar minha bisavó, esse pode ser parecido com o do meu pai. Mas, não me venha dizer que sou igual a alguém que você conhece. Aliás, escolha bem as palavras quando vier falar comigo.

Diferenças. É do destaque que o mundo precisa – do respeito também -, sabendo ser uma pessoa única você deixa de ser só mais um na lista de chamada da sua escola.

E a única forma de ser diferente e ser exatamente como você é. Tenha idéias, mudem elas, tenha conceito, evolua – mas, não deixe de defender aquilo que você acredita.

Bem. Só porque eu tenho várias fatias de mim eu vou dividi-las com você – aproveite que acordei de bom humor, mas não acostume.

Que fatia você quer?

13 fevereiro, 2008

Coringa.

Você é uma pessoa que tem amigos?

É, tipo alguém que cede seu ombro para você chorar, que dividi a conta do boteco da esquina com você, que te liga pra saber por que você não foi à aula, que te defende – quando esta com você e quando você não esta com ele -, que trata seu cachorro como dele, que deita na sua cama e tira os tênis, que sabe cantar sua música preferida.

Eu não tenho. E nem me faz falta.

Não preciso de amigos, sou fascina pelos meus inimigos.

Nada banal, apenas uma constatação. Você acabara concordando comigo.

Quando existe alguém a quem quer intimidar, superar limites pra mostrar que somos mais capazes e superiores ao sujeito, sempre faremos o melhor e sendo assim nos tornaremos alguém que consequentemente aprende e evolui.

Eu devo muito a meus inimigos.

Vamos usar uma citação blasé: ‘Com todas as pedras que você me jogou, foi possível construir meu castelo’. – Simplesmente me empolgo quando constato isso.

Amigos são pessoas que se tornam acomodadas na sua vida, pessoas que se tornam independentes de você – porque é sempre assim, eu estou ali disposta pra tudo, mas e quando o mundo cai em minha cabeça? Cadê eles? Foi assim que aprendi que sou minha maior amiga e minha pior inimiga.

Eu aprecio a transparência, mas nunca os deixo realmente saberem minhas intenções. Tanto amigos quanto inimigos.

Amigos sempre querem competir com você, querem se destacar mais, querem se sobre-sair, a única coisa que se torna cretina é eles vestirem a falsidade para conseguirem o que querem.

Pelo menos com meus inimigos a competição é muito mais honesta. Eu não preciso esconder deles a minha indiferença e arrogância.

Com os amigos eu tenho que ser falsa, só pra não cair na mesmice.- E tudo bem, eu admito. Eu me divirto sendo cretina.

Se você não tem inimigos, aceite um conselho: trate de arranjá-los.

10 fevereiro, 2008

Sentinela.

Eu vivo em um mundo quântico, aqui nada me satisfaz na maioria das vezes. - E então, eu vesti meu maior sorriso.

Prefiro as cordas vocais às de aço, prefiro as cores a humanos, prefiro a solidão a popularidade, prefiro sinceridade a simpatia, prefiro o acaso a acidentes, prefiro a memória a empolgação. Sou, também, viciada em vírgulas.

Meu mundo é tão esquecido que às vezes acho que até Deus esquece de mim – digo isso rápido, para não arrepender-me.

Por que sou tão patética?

Fico confusa – o talvez sim e o talvez não me atormentam.

Desista! Quem tem memória nunca vai ter paz. Só resta andar, definitivamente só andar.

Engulo o seco de tudo que não posso aceitar, nem mudar. Preciso me conformar.

Não tenho sorte.

Reviro meus olhos e continuo com o sorriso.

Outro dia, decidi que seu eu quisesse teria que ir e fazer.

Começou em dezembro, cruzei com ele no corredor – já tínhamos nos cruzado antes, mas eu nunca tinha sentido o seu perfume.

Algumas coisas foram acontecendo, o leva e traz, as indiretas e diretas, e nada acontecia. Eu só queria beijar ele, beijar meu vizinho.

Uma noite tomei coragem, até que já tinha progredido bastante, quer dizer, nos já tínhamos trocado algumas palavras. Respirei, buscando no ar um elixir de coragem.

Subi as escadas. Bati na porta. Entrei.

Ele tava lá. – era como se ele me esperasse e como se ele tivesse ficado surpreso com minha presença ali. Tive vontade de sair correndo.

Falei pra ele tudo que precisava. Os olhos dele trabalhavam em cima de mim – queria poder saber o que ele estava pensando.

Falei, falei. Aconteceu. Minha boca encontrou a dele.

Eu tava ali, ele tava ali. Pude sentir o perfume dele e estudar sua pele.

Não queria saber da hora, eu havia conseguido.

Estava orgulhosa.

Estive com ele mais duas vezes, depois. Estávamos mais amigos, meu sorriso estava mais ensolarado. Mas, apesar de gostar de me encontrar no mesmo espaço que ele e conseguir estar tão próxima a ponto de sentir sua respiração, tinha decidido que não iria mais correr atrás dele – ele me disse que odiava esse tipo de atitude. A de correr atrás dele.

Foi assim, quando vi um toque de lábios selou o momento. Só me restou fugir.

Ele lá, eu cá.

Sinto falta dele, mas, não sou capaz de dar o braço a torcer. E como você pode imaginar, nem ele.

Tento não esbarrar nele pelo corredor, tento me recolher em um manto de orgulho. Preciso ser má com ele, porque preciso. Mas, ele não precisava agir da mesma forma.

E foi assim. Mais um amor – que dizer, mais uma história – de verão.

O mundo ainda vai se acabar no seu individualismo e congelar na frieza das pessoas que aqui vivem. Eu estou tentando não ser uma delas. Não aqui, nesse mundo.

09 fevereiro, 2008

Arrogantemente adorável.

É engraçado como as circunstâncias tomam um rumo totalmente inesperado. Eu já devia ter me acostumado – afinal só sou uma garota de 17 anos que, olá, queria ter uma vida social normal - mas, não consigo. A falsidade bate em minha face e faz meu estomago ter ânsia em aboli qualquer e mínimo contato com conhecidos.

Para mim quem insiste em provar para o mundo o quanto é sensacional e bacana,é porque, lá no fundo, duvida que realmente seja.

Quanto mais eu tento me livrar das pessoas, mais elas se sentem atraídas pelo meu excesso de sinceridade e de espírito puritano. Eu não quero atrair ninguém, eu não quero que ninguém me admire. As verdades e mentiras são minhas, não preciso provar nada, minhas ideologias e conceitos já estão definidos, não ache que você poderá traduzir meu olhar, ele é traiçoeiro, e as palavras manipuláveis. Eu simplismente nao me aturo - já é um mártir-, e não vou mais aturar ninguem, as pessoa não me servem para nada - minto, ela me proporcionam grandes momentos de gargalhadas.

Não sou uma pessoa absoleta – não sai de nenhum rumo, não parti de nenhum ponto e não tenho nenhum destino -, só o que me deixa chocada e meu desejo por salvar vidas, poder ganhar da morte e ressuscita quem cair em minhas mãos- definições.

Tento não ser hipócrita e tão globalizada a ponto de jogar comida fora, prefiro não comer – meu cachorro agradece.

Então, eu tentei ser importante pra alguém, eu tentei ser digna de uma amizade.

Fracassei.

Sou alguém que sente a necessidade do toque e do aroma, mas preciso compreender que só vou chegar a algum lugar se continuar sozinha – me sinto orgulhosa de concluir isso, falo sério.

Não confie em mim, não passo de uma garota arrogantemente adorável.

06 fevereiro, 2008

REVOLTADA.

Uma vez eu cheguei pro meu pai e pedi 5 real?
Aí ele:

- O que? 4 real? O que tu quer fazer com 3 real? Tenho 2, quer 1?
E foi assim que me revoltei.

05 fevereiro, 2008

Devoradora de livros.


E acredito que assim sempre será: consumir palavras alheias pra me manter saudável. Buscar em confissões e carmas alheios a diversão que falta em meus dias e fazer de cada autor um Deus, de cada personagem um héroi e de cada narrativa uma parte de mim.

É só o que me resta, deixar-me ser inundada de histórias que simulam uma realidade que jamais compreenderei.

Porque o único momento em que me encontro em sã consciência é na leitura - e ela não passa da loucura ao avesso.

03 fevereiro, 2008

Amor próprio.


As súplicas aumentam, as teorias e especulações também: ‘tenha mais amor próprio' - me dizem os desconhecidos e aqueles que eu acho que conheço.

Mas, me diga. Como vou ter amor próprio se nem ao menos sei quem sou?

As criticas surgem do nada – as prefiro antes de qualquer tipo de elogio ou bajulação. -, gosto das criticas porque elas são sempre SINCERAS. Tudo bem, nem sempre. Depende do ponto de vista ou do caráter do sujeito. Mas, independente de qualquer conceito ou opinião que as pessoas têm sobre mim, não importa. Simplesmente, não mudam minha existência caótica e cheia de limitações. Eu não preciso delas, não preciso de ninguém, não preciso de nada. Respiro apenas por necessidade imunológica, é assim: não respiro porque eu quero. Respiro porque tenho que fazê-lo.

Não vou cair na real, vou continuar a sobreviver de ilusões e esperas. Esperas que eu sei que nunca chegarão, e nem tenho pretensão de esperar nada de ninguém, não gosto de pessoas.

Suas criticas e seus conselhos não me servem para nada.

Então vai até o espelho – encare teu rosto sem maquiagem, sem mascaras, sem medo – e me diga quem realmente precisa crescer. Pare e reflita. Você é só mais uma alma inútil que pesa o mundo.

Não faz a mínima diferença. A minha atmosfera continua a mesma.

Dane-se o tudo.