É fácil sofrer por amor ao próximo, por amor ao mundo ou por amor ao seu filho. Este sofrimento dá a sensação de que isso faz parte da vida, de que é uma dor nobre e grandiosa. É fácil sofrer por amor a uma causa, ou a uma missão: isto só engrandece o coração de quem sofre. – Tudo bem, fale isso para os milhões de órfãos e refulgidos de todo o Oriente. Eles sentem. Eu também sinto!
As pessoas sempre colocam a culpa em algo, principalmente Nele. O Cara deve ouvir tanto, mas tanto que creio que esteja mais acabado do que eu. Nas raras conversas que tenho com ele, dificilmente peço algo, afinal de conta ele é Deus, Ele sabe dos meus pensamentos antes mesmo de eu abrir minha boca, Ele sabe do que eu preciso. Então não vamos perder tempo. Nas minhas raras conversas com Ele, o silêncio predomina.
Estréio mãos e bocas todos os dias; mudo de pele, de olhos e de língua, e visto uma alma cada vez que for preciso, andando na contramão. É sempre mais difícil ancorar
um navio no espaço.
Eu me escondo de tudo, do mundo. Sinto-me tão vazia, e por segundos me desespero. Mas, isso passa. Assim, como passa quando me sinto arrependida de não ter sentido.
Pergunto-me se eu tenho algo predestinado – aprendi que todos têm -, se existe algo que eu seja útil, se eu tenho um lugar aonde chegar. Sim, todos são predestinados. Então porque eu me sinto assim? Algumas pessoas apenas fingem não saber o caminho. Ou se perdem. Talvez, eu só esteja perdida. A verdade é que eu sinto muito medo de sentir. O que acho mais estranho é quando um fato antigo parece inusitado e me provoca estranheza. Em menos de uma vida completa ouvi inúmeros comentários indiretos de pessoas que me conhecem apenas de vista. Um disse que sou calada demais, outro que sou alegre demais. Pela entonação nenhum deles me pareceu positivo e também não estou nem um pouco incomodada por isso – ninguém é unanimidade e não tenho qualquer pretensão de ser. Tem coisas que eu nem ligo mais, pra não ter que desligar.
É assim, eu prefiro não ter para não ter que perder. É patético, eu sei. Na verdade eu sou pratica. O tempo é algo que valorizo muito, faço de tudo para economizá-lo. Porem, muitas vezes todo meu eu entra em colapso, então me obrigo a escutar uma musica, ler algum romance ou simplesmente ver um rapaz carregando o amor de suas vidas nos braços, seguido da morte da mesma. Preciso chorar, soluçar, engasgar. Pra compreender que apesar de todo esse vazio, aqui existe alguém. Alguém que sente. Eu choro pelos outros, eu choro pelo fato do rapaz não ter dito a tempo para a garota o quanta a amava. Eu choro pelo tempo. Eu choro disfarçadamente por tudo isso, enquanto na verdade estou chorando por mim. Lágrimas não resolvem nada, mas as vezes basta só chorar.
Vivo como se ‘nunca é para ser’.
Tudo me cansa, mesmo o que não me cansa. A minha alegria é tão dolorosa como a minha dor. Raciocinar a minha tristeza? Para quê, se o raciocínio é um esforço? E quem é triste não pode esforçar-se. Nem mesmo abdico daqueles gestos banais da vida de que eu tanto quereria abdicar. Abdicar é um esforço, e eu não possuo o de alma com que esforçar-me. Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda-chuva contra um raio. Entre mim e a vida há um vidro tênue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não lhe posso tocar. Sou tão inerte, tão pobrezinha, tão falho de gestos e atos. Tenho as opiniões mais desencontradas, as crenças mais diversas. É que nunca penso, nem falo, nem ajo... Pensa, fala, age por mim sempre um sonho qualquer meu, em que me encarno de momento. Vou a falar e falo eu - outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetência ante tudo quanto é a vida. Não sei os gestos a ato nenhum real; nunca aprendi a existir.
Eu nunca tenho o bastante, eu vejo sempre o "depois". Sou inquieta, egoísta, áspera e desesperançada. Uma covarde. Então escrevo. Sou triste porque escrevo. Escrevo porque sou triste. E percebo nuances de vida em todo lugar. Porque o mundo escreve em mim a cada segundo. Eu sou só um monte de retalhos. Muito do que senti eu nem posso lembrar, eu enterro na memória. Sou triste porque não me limito a apenas ser feliz. Não meto meta onde não cabe. Mas no fundo, lá no fundo da vida ela é muito boa. Porque ainda consigo chorar. Ainda consigo sentir. Eu, nessa constante agonia. E apesar de tudo, posso voltar o filme há alguns segundos atrás e ver o rapaz beijando a menina, o amor de sua vida.
18 comentários :
Dica: Não pelo fato de vc nao conseguir ver ou até sentir que não possa existir algo. O vácuo as vezes é só o vácuo ;)
Depois q eu li teu blog teu elogio ganhou mais valor ainda.
Obrigado :D
E tu escreve coisas brilhantes. :)
Porque quando ela sair por aquela porta, a garota de antes vai surgir em seu semblante e irá predominar ao redor de estranhos. Ela irá rir por poucos motivos e jogará conversas fora apenas para mostrar aos outros o quanto ela é forte; ela irá sair com os amigos e até irá cantar qualquer canção. Ela se mostrará feliz com tudo aquilo, mas quando voltar, verá sob o chão a garota que ainda tenta se encontrar diante do espelho.
Não seremos todos assim? Tateando pela vida, em lágrimas, sabendo-nos frágeis, temendo pela vacuidade que, creia, não existe.
Vejamos: somos seres meio cósmicos também e podemos, sempre podemos tentar.
O texro é maravilhosamente rico em suas reflexões. Creio que voltarei para reler.
beijos
Eu causo reflexões.
éé
tnho meesmo :)
a gente podia se falar mais :D
Percebo que o texto ainda é pouco, você pensou e muito mais coisas e selecionou o que de mais superficial conseguiu.
Seus textos são como a água de um rio.
Qualquer um que ler pode apreciar, falar de sua "lógica" horizontal. Falar do peixinhos que sobem para buscar a comida jogada.
Mas só descobrirão a profundidade quando se depararem com os cabelos cobertos de água.
Quase não consigo subir a superfície para respirar.
Seu texto foi a faísca pro comentário entrar em chamas. Muito bom mesmo....
rsss
Ahhhhhhhhhhhh entrei no seu Flickr, adorei suas caras e bocas....
vc descreveu coisas que por muitas vezes eu sinto. essa especie de 'vacuo' existencial momentaneo eh digamos normal... pq por muitas vezes nao compreendemos pq nos sensibilizamos de mais ou de menos... nos perguntamos para que estamos predestinados - e estamos sim - e questionamos tudo isso ate a Ele, como vc bem disse. mas as vezes, parece nao haver resposta. mas ha. esse periodo de espera serve para que em determinado momento, acontecimentos que mesmo que sejam 'pequenos' nos expliquem e apaziguem certas duvidas. tudo tem mesmo seu tempo certo. e uma hora vc nao vai mais se sentir vazia, ou perdida. pq a vida mesmo, responde. tenha certeza disso.
bjos e te linkei tb, adorei seus desabafos ;)
Cristal, é disso que eu estou falando! (:
Não seria nada mau se o tempo desaparecesse!
às vezes é tela branca do monitor que instiga o imaginário e então o vácuo é mesmo tantas outras vezes apenas vácuo e por ele descobrimos muito e podemos ver mais ainda. instigante. abraços.
hey!!!
obrigado pelo comment no blog!!
fico muito feliz em saber q alguem tem lido e usado o material!!
fique sempre a vontade para visitar, fzr sugsts e pedir material!
conte comigo!!!
teacher pyta
Oiis! =)
Vi seu comentário no meu blog agora só rsrs!
Valeu pelo elogio... e só uma coisa: seu texto sobre o dia dos namorados tá ótemooo! Adorei msm!
Vc tbm escreve mtooo bem ;)
Parabéns!
beeeeijo
Tentaram inventar uma palavra para descrever a ausência de alguma coisa, então, inventaram o Nada, mas o tal Nada ideal não existe, pois lá estará alguma coisa que o defina, excluindo-o de ser um espaço vazio, existência de idéia ou qualquer coisa e a única coisa que se aproxima da idéia "Nada" é o Vácuo, mas mesmo o vácuo existe e sento ele a coisa mais próxima do Nada, concluímos que o Nada não existe.
;)
Obrigado pela visita no meu blog. Volte quando quiser, parabéns pelo blog e pela criatividade empregada no post "Vácuo". Muito bom mesmo.
Até breve, vou beber agora...Fui...
Porisso que o nada é tão legal (:
Ei, não dirija ;)
As vezes sinto assim tbm. Td me cansa.
A gente vive em busca de prrencher o vácuo que existe dentro de nós.
;-)
Postar um comentário