06 setembro, 2012

Quase tudo

Lembro de nascer de novo toda vez que você sorria para mim, os dias conseguiam realmente serem importantes, você trazia amnésia para os problemas que me acompanhavam e os meus compromissos só estavam na agenda, pois era impossível me distanciar. Realidade sem você era bobagem, fim do dia sem teu beijo era erro irreversível, meu coração apontava os segundos para escutar teu riso.

Tuas mãos nas minhas sugeriam um pra sempre, todos nossos sonhos eram sinônimos de “estou contigo até o fim”, tivemos começo que tropeçaram em um punhado de quem sabe um dia e mesmo assim consegui te trazer perto de mim.

Até onde me lembro você gostava das falhas que encontrava na minha barba, se divertia com o jeito que eu me irritava com meus irmãos e com a falta de troco, não se despedia de mim se eu esquecesse de como você gosta de beber o Néscau, não desistia do meu abraço nem daqueles amanhãs que ficaram para acabar.

Nunca soube escrever poesias que trouxessem teu nome, mas sempre que lia sobre o amor tinha a certeza que estavam falando de nós. Não tenho vocação pra te esquecer, não existe remuneração nas lembranças. E essa nem é a pior parte, difícil mesmo é ver o quanto me tornei vago para ti, a pior parte é não ir te buscar para passar as tardes ao meu lado, é não existir mais um até amanhã ou um ainda te amo.

Normalmente esse deveria ser apenas o fim, eu deveria encontrar outras. Deveria escolher pelo que pode ser ao invés do que se foi. Ainda assim, não consigo me completar, preciso de mais espaço para esse vazio que você deixou.

E tudo já não era tudo, agora sou alguém que foi quase feliz.

Encomendado por Roberto para Lauren

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