Clarice – “Divertir os outros, um dos modos mais emocionantes de existir”.
C - '‘... Sou como você me vê... Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar... ''
C – (risos) “É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
C – “Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre à novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.” – “Escrevo para me manter viva.”
C – “Talvez a pergunta vazia fosse apenas para que um dia alguém não viesse a dizer que ela nem ao menos havia perguntado. Por falta de quem lhe respondesse ela mesma parecia se ter respondido: é assim porque é assim”.
C - "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera
C – “Minha força está na solidão.”.
C – “E ninguém é eu, e ninguém é você. Esta é a solidão”.
C – “Há um silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras”.
C- “Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós...”.
C – “Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida...”
C – “Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la”.
C – “O que obviamente não presta sempre me interessou muito”. – “E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar”.
C – “Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim”.
C – “Eu já começara a adivinhar que Ele me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.”
C- "E umas das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi criadora de minha própria vida".
L – Suas palavras são músicas sem melodias. Fale um pouco do seu método de trabalho.
C – “É preciso coragem. Uma coragem danada. Muita coragem é o que eu preciso. Sinto-me tão desamparada, preciso tanto de proteção... Porque parece que sou portadora de uma coisa muito pesada. Sei lá porque escrevo! Que fatalidade é esta?”.
C – “Vocação é diferente de talento. Pode-se ter vocação e não ter talento, isto é, pode-se ser chamado e não saber como ir”.
C – “Eu fico muito contente quando as pessoas chegam perto de mim e dizem que me entenderam. Ainda que seja uma compreensão que não se possa ser expressa por palavras. Mas que seja aquilo que eu chamo de compreensão por osmose, que passa de pele pra pele”.
C – “Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato, a questão é... Ou toca, ou não toca”.
C – "A palavra é o meu domínio sobre o mundo."
C – “Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”.
C – “Estava permanentemente ocupada em querer e não querer ser o que eu era, não me decidia por qual de mim, toda é que não podia ser; ter nascido era cheio de erros a corrigir. Só tinha tempo de crescer. O que eu fazia para todos os lados, com uma falta de graça que mais parecia o resultado de um erro de cálculo. Na minha pressa eu crescia sem saber pra onde”.
C – “Ela acreditava em anjos, e por ela acreditar eles existiam”.
*Aplausos*
28 comentários :
Se for um elogio, eu agradeço, se for uma irônia agradeço mais ainda.
Por que as pessoas sempre acham que o tudo o que eu digo é ironia? (:
É uma pena. Mas eu chamo isso de complexo do ironismo. A medida que você se faz exageradamente da ironia, acaba a enxergando em todo lugar.
obrigado (:
Uma divertida patologia, valendo ressaltar isso. Mas falo isso ao ponto de vista de um sádico como eu.
Dois pontos e uma conversa em comentários de blog. Experiência nova e interessante.
Muito Perfeita a escrita e descrição de uma nova criação da interação sobre a abolição de uma solidão sem um ser são... xD
aUHhauhuaahuhauahu
Bom Muito Bom Nota Mil, e me senti na presença de vocês duas...
o/
Beijos!
Olá, gostei da entrevista, da presença que aparece nela e lembrei da "pre-sença" em Heidegger, a existência, dasein. Essa exterioridade da palavra, do ser indo no tempo, em C. Lispector para a compreensão dos diálogos. Noutro sentido, você tece o diálogo para não parar de escrever, porque se parar o tempo poderá te roubar o ar da imaginação e termir com essas entrevistas inusitadas. Bom vinho e bom sábado.
Não gosto de vinho.
Gostei!
nossa obrigada,eu tô com muitas estorias pra digitar e postar então te convido diariamente a lê-las se for possivel
ah,e muito obrigada mesmo
Não existe bom senso para o uso do sarcasmo. É habilidade para poucos, aqueles que abrem mão do nilismo empregam isso da maneira mais viável possível.
Ironia, Sarcasmo.. Enfim!
Ruim seria, se vc não soubesse utilizá-los na hora e no momento certos.
Abração.
É, Maicom. É disso que estou falando!
"Suspeitei desde o princípio!"
Abração.
Vim retribuir a visita e comentario feitos por você... eis que a surpresa me abateu, gostei do seu blog, inclusive... inclusive esse post sobre a Clarice.
Espero que você volte, é bem vinda.
Parabens,
Beijo.
Tá certo. Boa cerveja, água, boa semana.
Que tal suco de abacaxi com hortelã?
Maravilhoso...boa pedida.
desculpa o palavrão, mas todo poeta precisa extravazer de alguma forma... P*** QUE PA***, adorei a entrevista que fizeste. não achei que foi irônico, ao contrário, achei de uma perfeita simetria o que fizeste, a "rima" entre frases da própria com suas perguntas. De muito bom gosto. Parabéns!
" Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse sempre à novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias.” – “Escrevo para me manter viva.”"
Fantástico!
Sobre o sarcasmo não estava sendo refirido ao texto (:
Sarcasmo viável não é sarcasmo. Assim como comprar pão muitas vezes também não é. ;D
Gostaria de ler a Clarice te entrevistando...
putz! achei insano isso!!
cada dia me surpeendo mais com os seus textos, mas confesso q esse foi o mais criativo q li até agora!
beeeeijo
De verdade??
A estrevista era com a Clarisse ou com você?
Olha que agora faltou palavras, sinceramente mesmo, pra dizer o quanto gostei.
Acho que posso dizer que foi o que mais gostei de todos que já li que vc escreveu...
Parabêns
Lispector é para ser sentida. E, tal sentimento, muitas vezes, dispensa comentários...
Salve!
ficou muito legal. sério. apesar de eu estar meio por fora do papo que esta rolando ai nos coments. só quero dizer que ficou lindo. perfeito. sem palavras. sério. se isso fosse obra minha, eu ficaria orgulhosa de mim mesma. <3
Me senti na plateia ♥
Adorei!!!!! ps: você escreveu Clarice com 'ss' numa parte rs :S
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