Acordei cansada, por não ter (dor)mido. O que vejo são lembranças em todos os cantos e eu ao chão, o apalpando em lágrimas tentando pega-las, tudo deixou em mim saudade. Não consigo esquecer do nome dele, nem do que ele me fez sentir – talvez seja parte de seu plano.
Por em evidencia tudo o que eu sentia, só serviu para diagnosticar essa moléstia, os sintomas foram eu ter acreditado, ter sonhado, planejado, amado. A dor no antes e no depois. Um depois do qual sofro sozinha. Eu, o silêncio e a solidão éramos quem estava ali. E não há medicamentos, meu corpo sem coração já nem reage mais a morfina do sono, meus olhos se fecham, mas só servem para me lembrar do rosto dele. Meu corpo não descansa, mas meus lábios ainda sorrirem quando o escuro me traz o cheiro dele.
Não há tratamento especifico para essa minha dor, não há tempo para preencher esse vazio. Limpe as lágrimas em seu rosto, leitor.
Ele foi um tímido, um frouxo, um covarde, um desgraçado... o amor da minha vida. E o amor é incomensurável, fato que me deixa atônita. Ele me atraia irresistivelmente como o imã atraia o ferro. Eu o curei, e ele me deixou no leito. Ele foi embora, e eu não chorei. Sangrei.
O meu erro foi ter me exposto a tal patologia, por distração eu amei. Embora, o corpo precise passar pela dor uma vez, para que não haja próximas, se tornando imune e nos livrando de recaídas. Só sei que essa dor é crônica, e involuntariamente estou matando a mim mesma.
As tuas saudades ficam onde deixas o coração.
Quando a cólera ou o amor nos visita, a razão se despede. E você culpara a distração por todos os sintomas. Acho que adoeci disso, da beleza das palavras dele, da doçura da sua voz, dos dias que imaginei com ele, das músicas que sentiam por nós, da contagem dos dias que faltavam, da intensidade das coisas, do AMOR.
7 comentários :
Ah, nem adianta ficar atento mesmo. Quando menos se espera o amor te acerta na nuca, como um bagaço de laranja atirado na arquibancada de um estádio.
E não adianta passar a tomar cuidado. Eventualmente vc será acertada novamente.
A gente sempre acredita naqueles que juram amor a nós.
O tempo cura tudo até mesmo a maior das dores. Porque quando a gente ama, queremos apenas um ser, e a dor de saber que o "perdemos" é muito maior do que a de não poder ter. E não importa o que os outros falem será amor enquanto houver amor.
Post, muito perfeito.
Temos a infame crença de que quando sofremos por amor uma vez, nunca mais passaremos por isso novamente. Pena que é apenas crença, e todas as vezes que tivermos chance de amar novamente, amaremos com ainda mais intensidade - apenas para sofrer ainda mais.
Eu queria poder errar pela distração. Com ela ainda distante e eu ainda inseguro nem mesmo o benefício do erro eu possuo em mãos.
Acerta na nuca, quando ele é "gentil", por que, na maioria das vezes, ele te dá uma bela rasteira, no meio da areia quente do deserto...
sempre haverão juras de "falso-amor", sempre haverá quem nos machuque, e o que nós faremos!? Sentaremos e esperaremos para que passe e aconteça novamente...sempre dói, mas sempre passa!
"Eu o curei, e ele me deixou no leito. Ele foi embora, e eu não chorei. Sangrei."
Infelizmente é sempre assim.. quando cuidamos de alguém, quando tentamos restaurar essa pessoa, nos doamos demais, e nos permitimos tentar sofrer as dores em seu lugar.. e por vezes, a pessoa salva nada mais é que uma grande egoísta, que nos abandona quando se encontra bem.
É, concordo com o que o John disse.
E é exatamente assim Tamyres, as pessoas sempre se abandonam.
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