27 novembro, 2009

Ao meu lado está a distância

Falo baixo a troco segredos com o nada. Sinto ainda muito aberto os ferimentos que aquele choque com o mundo me causou. E isso se intitula de amor – este sentimento que me leva ao fim de tudo. Talvez porque a distancia alimenta os sonhos.

Ele falava muito alto que me amava, mas de repente ficou mudo.
No me quarto, vencida pela dor, sobre a cama abafando soluções que não desejava que o resto do mundo escutasse. Tentando entender as desculpas de pó que ele jogou em cima de mim. Fracassei.
Houvesse ele chegado a mim um minuto antes, ou um depois, e tudo teria sido diferente. Ou não.

Mexia-me como se andasse entre cacos de vidro. Todo o ‘descartável’ amor que ele havia me oferecido nem para reciclagem serviu. Como alguém pode dormir amando e acordar sem se importar com uma única lágrima sua? – É.
Fui andando devagar até a beira do abismo. Porque comigo o amor não funciona assim. Quando eu amo, eu amo. Poxa! E sei que não fiz nada de errado para ele escolher ir, talvez eu tenha feito tudo correto até demais. Só errei na pessoa. E não consigo aceitar isso. Porque mesmo ele sendo o errado eu ainda o amo. – É, leitor. Isso eu chamo de amor verdadeiro. Ou você pode me intitular de IDIOTA. – E de algum jeito vou continuar amando. Porque certas saudades são impossíveis de se esquecer. Predomina, entretanto, em meio a esse baralhar de emoções, o sentimento de perda.




“Conservar algo que possa recordar-te
Seria admitir que
Pudesse esquecer-te.”

William Shakespeare.

24 novembro, 2009

Rua

Eu sei que se você estivesse aqui, teria ido para minha casa, deixado suas coisas no meu quarto.
Não ia se importar de ficar deitado na minha cama, respirando por lá enquanto eu arrumasse a flor
no meu cabelo e vestisse o meu melhor sorriso que vc trouxe dentro do seu bolso, e você talvez ia
perdendo a paciência por eu não parar quieta, talvez voce me prendesse em seus braços.
Talvez você so ficaria irritado por eu estar te atrasando para a sua pescaria noturna - fico apaixonada toda vez que você pesca uma estrela.
Se você estivesse aqui, eu não teria passado em um lugar para jantar, nao ficaria lendo as paredes do metrô,
voce mudaria meus planos em silencio. Eu atravessaria a rua.
E se eu te falar que não consigo explicar os sentimentos, porque se as coisas forem acontecer, terão o movimento do acaso. Tem horas, como agora, que queria me desculpar por não poder me entregar.
Queria deixar a minha história nas suas mãos e, te deixar, livre, para mudar tudo de lugar.
Talvez pudesse resolver todas as incertezas por decreto. A partir do momento agora, esqueceria de uma vez por todas, como é bom me sentir em paz ao seu lado. Como o seu sorriso pode iluminar qualquer lugar e as minhas dúvidas, de repente, virão certezas irredutíveis. Cansada de procurar verdade em tanto lugares errados,
fico com a inércia, embora saiba que não me satisfaz apenas continuar.

Então saio por aí, como se não houvesse um amanha, conheço pessoas que não me interessam em nada.
Arrumo o passado que tanto já me incomodou e, percebo como o tempo pode ser um bom remédio. Faço tudo para fugir do que finjo nao sentir, tudo que ficou subtendido em frases pela metade.
Sem você aqui, as incertezas são maiores e, a palavra saudades faz mais sentido. E eu nao aceito a idéia de que
mesmo perto, sabemos que longe é mais seguro.

20 novembro, 2009

13 novembro, 2009

Saudade habita sala e coração

Toda noite de insônia eu penso em te escrever.
Toda vez que toca o telefone, eu penso que é você.
Fico em casa na esperança que me visite.
Não corto o cabelo para que você possa me reconhecer.

Toda noite varro o céu, e a lua me traz pedaços seus.
Toda vez que respiro sinto que seu lugar está vazio.
Fico acordada para tentar entender, tentar te esquecer.
Não tomo banho para não sair de mim o seu cheiro.

Toda noite ando pelas bordas da casa simulando aquele dia.
Toda vez caio ao chão, com raiva de ter te dado meu coração.
Fico ali, lembranças que são úlceras incuráveis de minha memória.
Não posso chorar, porque não sei se habito ainda em mim.

Toda noite deixo para trás mais um dia sem você.
Toda vez que percebo isso, morro.
Fico esperando, e não me convenço do agora.
Não quero mais essa sala, nem esse coração.

A mim o que me deu foi pena.

10 novembro, 2009

Cronômetro

Fato: meu dia deveria ter 32 horas.
Bem, talvez eu deva, simplesmente, beber bem mais café.

03 novembro, 2009

Não facilite com a palavra amor

Sabe o que é o pior de ter o coração partido?...É não se lembrar de como você se sentia antes. Tente manter esse sentimento. Porque se ele for embora, nunca volta.
- O que acontece, então?
- Você vira um peso morto para o mundo e para tudo que há nele.