28 janeiro, 2009

Preposições

Para o amor não existe frações, se ama por inteiro, se vive por inteiro, doe por inteiro, perde por inteiro.
A espantosa realidade da ausência desperta em mim a consciência de um destino trágico – audiência -, e pensar que durante algum tempo perto da eternidade, nós juntamos o “você e o eu”. É que seu amor me partiu o peito.

Eu me sinto doente no coração. Não digo, ‘de’ pelo fato de não quere ser mal compreendida, prefiro ainda o rotulo de dominadora voluptuosa e sem amor ao próximo. Afinal, não sei bem o que me restou.
Não leve essa minha insensibilidade a sério.
Por mais realista que seja a dor em meu peito, tento pensar que ele só foi mais um lotário, e que ainda não chegou meu fim.
Na verdade gostaria que ele encontrasse todos os pedaços de mim dentro de alguma gaveta esquecida de seu quarto. Que ele não tivesse deixado de me amar, ou que ele nunca tivesse me amado, ou ainda que eu nunca tivesse acreditado – assinale a alternativa menos humilhante.

Como desejei poder encontrar o "nós" desaparecido! Mas parecia que o "nós" não estava apenas ausente. Estava morto. Os segundos viraram dias, os dias semanas, meses e agora lembranças. Inferno.
Supere isso e, se não puder supe­rar, supere o vício de falar a respeito. E se eu não quiser superar, eu não vou a nenhum lugar. A maior dor não é por ainda estar respirando, mas sim porque preciso deixar que ele saia de mim, expulsa-lo. Como ele fez. Afinal, estamos longe. Abandonar o passado é realmente um sacrifício tão doloroso quanto olhar pro lado e não vê-lo. Porque eu sei que se esquecê-lo estarei o perdendo para sempre.
Foi assim, meu amor todo para ele, por ele e com ele. O estrago entre minhas entranhas não me deixa dormir. E tudo porque não coube mais nada entre nós, nem as palavras. Porque o amor me cala.

23 janeiro, 2009

Xícara de café

Você sonha?
Primeiro é necessário conseguir dormir.

Algum vicio?
Evitar pessoas.

Uma mania?
Silêncio.

Uma palavra que resume sua pessoa?
Saudade.

Qual a primeira coisa que pensa ao acordar de manha?
Sobrevivi!

Em que momento do dia que é mais feliz?
Quando durmo.

Por que motivo chorou pela última vez?
Nunca choro, mas me esforço.

E por que motivo riu?
Frustração.

E se o mundo acabar amanhã, para quem ligaria?
Ele não vai.

Uma lembrança?
Estou com preguiça de lembrar.

Um livro?
Algum que ainda não li.

Um hábito que não abre mão?
Procurar desenhos em nuvens.

Qual pecado você comete com mais freqüência?
Todos.

Em que situação vale a pena mentir?
Para salvar a verdade.

Em que situação você perde a elegância?
Nunca a perco.

Um defeito fácil de perdoar?
Não sei perdoar.

Um gosto inusitado?
Dos meus pais.

Uma necessidade?
Livros.

Uma obrigação?
Respirar.

Uma revolta?
Com o tempo.


Um desejo?
Mais café, por favor.

20 janeiro, 2009

Que dia é hoje?

Não faz diferença se você vem amanhã ou não. Desisti de esperar por alguém cuja ausência me faz companhia.

09 janeiro, 2009

Estrelas

Não sou boa nem quero sê-la, contento-me em desprezar quase todos, odiar alguns, estimar o tempo e fingir que respiro. Minhas qualidades são meus defeitos. E meu único medo é pensar que um dia vou olhar pra trás e me arrepender de não ter levantado a voz para as pessoas certas. Ou por não ter lutado pelas pessoas certas. Ter amado um.
Já tenho uma coleção de sentimentos, embora não saiba para quê eles servem.

O que me tortura não é te ignorar, mas ter que ignorar o que eu ainda sinto. Saber que o pra sempre sempre acaba. E mesmo o filho da puta do Newton ter afirmado que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, ainda me sinto preenchida por voce. Só por ter estado sob sua pele e escutado sua respiração, me senti a dona do mundo. E o universo é um completo estranho agora. E toda vez que eu olho pro céu eu vejo as mesmas estrelas que existia quando eu te tinha. Você se foi e elas continuam ali. Não é justo. Eu sinto você me toca à noite.

Um dos comportamentos mais comuns do ser humano é a mania de criar sofrimentos desnecessários. Maldita a seja! Não deveria ser tão difícil desamar para mim agora. Odeio a lei do ‘pra tudo tem sua primeira vez’, - talvez devesse beijar alguém legal, ou lamber uma pedra, ou ambos.

Quem finge morrer semanalmente por amor, provavelmente é mais louco do que quem faz isso pra valer. Talvez, se esperássemos menos dos outros, nos decepcionaríamos menos também. Mas às vezes quando gostamos muito de alguém, esquecemos que são humanos e insistimos em pensar que são perfeitos. E eu apostei todas minha fichas que você era perFEITO pra mim. Tudo culpa da Disney.
Quando sair faça favor de apagar as estrelas. Obrigada.

04 janeiro, 2009

Dezoito

Esperei de olhos abertos até a meia noite na expectativa de estar acordada no primeiro segundo de meus dezoito anos. Grande decepção, nada mudou. Continuo a mesma, porém agora posso ser presa. Alguém me da o Código Penal de aniversário?


" - Quando eu uso uma palavra - disse Humpty Dumpty num tom escarninho - ela significa exatamente aquilo que eu quero que signifique ...nem mais nem menos.
- A questão - ponderou Alice – é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem coisas diferentes.
- A questão - replicou Humpty Dumpty – é saber quem é que manda. É só isso."
Alice no país das maravilhas.