10 agosto, 2012

Até que enfim

Então, está tudo bem. Você cabe no mundo, tem aquela rotina de tanto faz e nem importa o que deixou pra depois. É como se o agora estivesse talvez bem, talvez deixe como está. Não se atrasa e nem divide seu pacote de biscoitos, não fica em dúvida do que ouvir e nem do que fazer no domingo.

Você está aí e ele aparece.

Assim, sem visita recomendada, mas com passos premeditados. Você se apaixona como se seu corpo não fosse capaz disso, como se seu coração inflasse sempre que ele resolve devolver o sorriso que você coleciona entre os livros da cabeceira.

Você começa a se importar com o futuro do seus abraços, se preocupa em ser a certa e se precisar disfarça os erros com batom vermelho. Você percebe que já não sabe andar com as mãos vazias, que teus pensamentos carregam o nome dele e que até no topo da lista do supermercado há espaço pro nós.

Pois é, sem querer todo mundo sabe que é. O amor nos resolve, nos dá a chance de ser. E vai ser estranho mesmo, porque você vai se doer e ainda assim se sentir bem. Você vai querer um pra sempre que dure bem mais que sessão da tarde.

Ele apareceu com as mãos no bolso, com um par de olhos que irão te guiar no escuro. Vai ter um punhado de manias charmosas e uma matilha de defeitos sem causas. Vai ser sem graça e mesmo assim te fazer rir pelo telefone.

Ele é lindo, todo bobo, todo único. Talvez não seja o mais romântico, talvez não saiba nada de Drummond ou nunca tenha vista Amélie Poulain  e mesmo assim vai te convencer que não há mais presente separado para vocês.

Aí você sabe que é amor.
Aí você já não sabe de mais nada.

Um comentário :

Renata disse...

cada uma dessas letras, exala o tão real, o tão intenso viver. quando se parece descansar em aguas calmas, vem o amor e muda todas as direções, todos os objetivos.. e quem será o tolo de não o querer ver chegar?