Diga-me, quantas vezes já às pessoas te atormentaram com essa pergunta:
‘O que você vai ser quando crescer?’ – é. Perdi a conta de quantas vezes me abordaram com isso, e sabe o que é mais interessante? Eu sempre soube o que responder.
Sobra tanta falta de paciência, que me desespero. Sou alguém com espírito de velho – nunca respondi que gostaria de ser pop star, astronauta, cientista ou modelo.
As coisas vão acontecendo e você não tem nenhum controle sobre nada, o tempo esta se indo, quantas horas você dormiu hoje?
Na nossa infância tudo é tão legal, até cair no chão e se ralar vira aventura. Quando adultos, podemos cair, mas é muito mais difícil de conseguirmos levantar – maldita gravidade.
Mas, menina... Você precisa se alimentar, ter dinheiro para sustentar os iates e jatinhos dos políticos, você precisa ter uma profissão!
Tudo bem, entendo. Aonde tem vestibular para nada? - a inundação de um ambiente insólito me faz transpirar, eu aprecio o nada.
Quem disse que eu preciso ser alguém para ser grande? Ou ser grande para ser alguém?
Poupem seus poucos neurônios de tentarem executar a impossível tarefa de enfadar-me, ok?
Mas, então posso ser uma medica livre?
Um poço de contradição, intensidade e sensibilidade. Não confunda minhas atitudes heterogênea
com egocentrismo – até porque ele ainda não esta em prática.
Eu sou tudo isso e não consegui ser nada, sinto que já estou ficando grande. As juntas de meus joelhos estão doloridas.
Eu sou um simulacro de idéias: alguém que está sempre mergulhando num abismo
sedutor procurando melancolias , tristezas , remorsos pois, assim acho respostas e me completo – bem, quase me completo. Ainda falta a tal da liberdade.
Estou com medo do que vai acontecer daqui para frente, sim. Medo. Minhas pernas tremem e eu me afogo em lágrimas em cima dos livros. Tenho tantas expectativas para alcançar – sendo que a maioria nem são minhas -, porque de tudo isso?
Mas, o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui está preta. Com o qual ou sem o qual o mundo permanece tal e qual. Ou seja, ele não vai parar para eu poder me juntar.
A questão é que agora faltam nove meses para minha ‘maior idade’, uma quase independência, talvez a liberdade. Será que ela vai ser tudo que eu almejo e venero?
Enfim, esperei nove meses para nascer, o que custa esperar mais nove meses para poder entrar em qualquer festa?
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