E a cada dia que morre eu cresço mais, meu corpo se transforma e minha cabeça entra em colapso – as vezes parece que a Sapucaí toda se encontra dentro dela.
Tento ver o lado bom – afinal, sempre tem. Em minha opinião existem três lados: o bom, o ruim e o muito ruim -, enfim logo terei minha liberdade terei uma carteira de motorista. Satisfação. E o pior de nossos problemas é que ninguém tem nada a ver com isso.
que eu jamais serei a mesma.
Pintar as unhas de vermelho pra disfarçar a vontade de brincar – agora eu sou uma moçinha, se comporte como uma.
O salto me impedira de subir em árvores, então, vou apenas beijá-las.
Tomar Coca-Cola e comer Trakinas era um manjar, eu não me preocupava se iria entrar naquela calça no dia seguinte, eu não precisava agradar e nem surpreender ninguém. Eu era uma criança. Eu não ficava com dó ou de consciência pesada por ter dito alguma verdade – verdades, como elas me atraem -, crianças são sempre tão transparentes. Ganhava goma de mascar, era uma diversão, eu me sentia grande. Era a única de sete crianças –eu tinha uma gang, pode acreditar -, que sabia como fazer bolinha de chiclete, e quando não conseguia só me restava grudar a borracha sem gosto no cabelo de algum infeliz.
Eu estou crescendo, mais um dia morreu – amanhã ele nasce não precisa ofegar sua respiração.
Vou ir pagar a conta de luz, mas antes vou passar em algum mercado qualquer e comprar um chiclete de tutti fruti - reze para você não cruzar o meu caminho ou pode acabar com um cadaver de chiclete e saliva no cabelo.
Um comentário :
E como é difícil tirar um chiclete do cabelo. Já fui bombardeado em guerra de chiclete e acredite, levei muito "babalu" nos cabelos. Lembranças boas. Dizem que o melhor presente que um pai pode dar a um filho, é uma infância feliz.
Creio que as nossas, tenham sido as últimas a serem felizes de deixar saudade.
=)
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